Textos das aulas sobre Behaviorismo (Parte V)


Olá pessoal! 
Damos continuidade à publicação dos textos que foram utilizados nas aulas em que tematizamos o Behaviorismo. 


Este é o texto que foi utilizado na Aula 3 da Liediani de Souza e da Monique Fracaro.

Bom proveito!





Caros (as) Meninos e Meninas do curso de Magistério!
Iniciamos hoje a nossa terceira aula sobre a corrente teórica denominada como Behaviorismo. Nas últimas duas aulas, aprendemos o que significa o termo comportamento para essa filosofia e do que ele é composto - situação antecedente, ação e situação consequente- e qual o significado dos conceitos reforço e punição. Na aula de hoje estudaremos como Skinner, esse importante pensador da filosofia Behaviorista, pensa o ensino e a aprendizagem. Será que ele pensa a educação da forma que ela acontece tradicionalmente nas escolas? Isso é o que vamos descobrir hoje, então mãos à obra!
Uma boa aula a todos (as)!

O QUE É ENSINO?
O termo “ensinar” para essa perspectiva é um verbo que se refere a uma categoria de comportamentos que caracterizam o que um professor faz (ação). Ensinar significa criar e garantir as condições para que a aprendizagem aconteça. Essa relação entre o que o professor faz e a efetiva aprendizagem do aluno é o que pode ser chamado de ensinar. Sem a aprendizagem efetiva do aluno não podemos de dizer que houve ensino ou que o professor realmente ensinou.

ENSINO SEM ERROS?!
Na última aula observamos os efeitos reforçadores e punitivos sobre o comportamento. Quando o individuo produz uma ação que tem um efeito positivo, reforçador, sobre o ambiente o comportamento tende a se repetir. Quando o individuo produz uma ação que tem um efeito negativo, aversivo, sobre o ambiente o comportamento tende a não se repetir.
A posição Behaviorista sobre o ensino leva em consideração os possíveis reforços e punições dos comportamentos. A partir disso é possível indicar que durante o processo de ensino e aprendizagem o aluno deve produzir o maior número de comportamentos adaptáveis sem que seja punido por isso, é o que chamamos aprendizagem sem erros. Para Skinner emitir uma resposta não adequada ou ‘errada’ em determinada situação, gera como consequência algo aversivo para o sujeito, causando desconforto e desmotivação. A aprendizagem sem erros não teria essa limitação e ainda tornaria o processo de ensino e aprendizagem mais natural e satisfatória.
A aprendizagem sem erros se baseia em um processo de ensino planejado no qual o professor deve fornecer todas as condições possíveis para garantir a aprendizagem do aluno. Vamos verificar como esse plano de ensino é construído.



COMO DESENVOLVER UM PLANEJAMENTO DE ENSINO
Vamos observar o ensino por pequenos passos a partir da ajuda do Garfield?












Primeiro Passo: Identificar
O primeiro passo de um planejamento de ensino é identificar qual o comportamento que se deseja que o aluno aprenda, esse comportamento pode ser aprender a desenhar as letras, diferenciar os números, deixar de bater nos colegas. Antes de identificar que comportamento precisa ser aprendido é necessário observar que comportamentos o individuo já apresenta, esse é o passo número dois que vamos apresentar em seguida.

Segundo Passo: Observar
Nesse passo o objetivo é observar o que o organismo já sabe fazer. Vamos rever o comportamento de desenhar as letras. Não é possível fazer com que um individuo aprenda esse comportamento se ele não sabe apresenta ainda desenvolvido os requisitos básicos iniciais como segurar um lápis, então é necessário ensinar primeiramente a segurar o lápis para depois ensinar a desenhar as letras. Esse passo salienta a importância de observar as condições que o aluno possui.

Terceiro Passo: Analisar
Depois de identificar o comportamento que se pretende ensinar e observar as condições que o aluno tem para fazer tal ação, o terceiro passo é analisar o comportamento a ser ensinado. Nesse passo nós voltamos ao quadro comportamental (aquele que vimos na primeira aula) e analisamos o comportamento que queremos ensinar. Analisar é dividir em pequenos passos, observamos qual é a situação inicial dos comportamentos, o que o aluno sabe fazer, a ação do individuo, quais respostas ele precisa apresentar, e a situação final, o comportamento que se planejou ensinar.  Quando analisamos fazemos com que o comportamento objetivo seja mais fácil de alcançar, como se várias condições tivessem que ser atingidas antes de um objetivo maior.
Quarto passo: Aplicação
Depois de identificar o comportamento a ser ensinado, observar as condições que o aluno possui e analisar como esse comportamento será ensinado chega o momento da aplicação.  Esse momento é o que chamamos de prática, quando o planejamento é testado com o objetivo de ensinar.

Quinto passo: Avaliação
Nesse passo o objetivo é avaliar se o comportamento objetivo foi ensinado. Aquele que desenvolveu o planejamento avalia se a aprendizagem realmente ocorreu, se a aprendizagem foi efetiva, então, o ensino foi efetivo, portanto o plano é eficaz.

A partir desse exemplo fictício é possível perceber que a aprendizagem sem erros ocorre em cada passo do planejamento. Se o dono de Garfield não tivesse imitado a ação do nosso amigo felino o procedimento de ensino teria que começar de outra maneira. Se o dono não tivesse imitado a ação de forma correta, Garfield utilizaria de outra maneira de ensiná-lo. O processo de avaliação não ocorre apenas após a aplicação, a avaliação ocorre a cada passo do procedimento, se algo não funciona deve ser adaptado.
A aprendizagem sem erros busca garantir que o aluno alcance cada passo do procedimento com sucesso, por isso se começa com uma ação mais simples que vai ficando cada vez mais complexa. Se o aluno não consegue emitir uma resposta simples, como emitirá uma mais complexa? Com um procedimento de ensino cuidadosamente planejado, as chances de erro do aluno são diminuídas e o ensino acontece de forma mais fácil e agradável.

Referência
Botomé, S. S. & Kienen, N. (2008). Sínteses de comportamentos e técnicas de modificação de comportamento. In: S. S. Botomé & Kienen, N., Análise e Modificação do Comportamento (pp. 97-137). Palhoça: Unisul Virtual.



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